Risco Cirurgico

O risco cirúrgico consiste em uma avaliação médica, baseada na história clínica (anamnese) coletada no consultório, no exame físico e em alguns exames complementares.

Esta avaliação habitualmente é realizada por um clínico ou cardiologista. Nesta consulta, são levantadas informações importantes que ajudam a minimizar os riscos de complicações após uma cirurgia, sendo de fundamental importância para o cirurgião e o anestesista

Podemos destacar os seguintes dados relevantes que precisam ser levantados nesta abordagem:

• Dados demográficos, sociais, culturais como idade, gênero, orientação religiosa, restrições alimentares, aceitação de transfusão de sangue e hemocomponentes, se necessário.

• Informações sobre a doença de base que motivou a indicação do procedimento cirúrgico. É importante avaliar a real necessidade de realização do procedimento cirúrgico proposto frente às peculiaridades de cada caso, pesando riscos e benefícios.

• Investigação minuciosa sobre doenças previamente existentes como hipertensão arterial sistêmica, angina, insuficiência cardíaca, infarto agudo do miocárdio, arritmias, doenças nas válvulas cardíacas, doença vascular periférica, asma, doença pulmonar obstrutiva crônica, insuficiência renal, doenças hepáticas, doenças da tireóide, hemorragias ou tromboses vasculares.

• Avaliação do tratamento e controle adequado das patologias previamente identificadas.

• Levantamento das medicações de uso regular, fitoterápicos, álcool, drogas ilícitas que possam interferir com o ato anestésico e cirúrgico. Cabe ao médico responsável pelo risco cirúrgico orientar o manejo das medicações nos momentos que precedem a cirurgia e após o ato operatório. Drogas que interferem na coagulação sanguínea, para o tratamento do diabetes, da hipertensão, reposição hormonal e imunossupressores devem receber atenção especial nesta etapa.

• Levantamento detalhado das cirurgias realizadas anteriormente bem como de complicações relacionadas aos atos cirúrgicos e anestésicos (sangramentos, infecções, alergias, dificuldade para intubação, por exemplo).

• Levantamento de alergias.

• Informações do cirurgião sobre a urgência e o risco do procedimento; local onde será realizado, disponibilidade de Unidade de Terapia Intensiva, suporte técnico de pessoal e de equipamentos, tipo de anestesia, tempo cirúrgico e necessidade de transfusão.

• Esclarecimento de dúvidas do paciente e de seus familiares com relação ao procedimento e seus riscos. Ciência e acordo quanto ao risco e aos benefícios dos procedimentos propostos.

• Ciência de que o risco cirúrgico não se limita ao transoperatório e, eventualmente, haverá necessidade de acompanhamento tardio, momento em que é importante entrar em contato pessoalmente, ou por algum meio de comunicação, com o cirurgião ou com o anestesista.

Concluindo, o risco cirúrgico é uma avaliação médica extremamente importante para a realização de uma cirurgia segura. Deve ser realizado por um clínico ou cardiologista capacitado para analisar e definir o risco e tentar prevenir as complicações cirúrgicas. Nesta avaliação, serão compensadas doenças pré-existentes e pesados riscos e benefícios de cada procedimento cirúrgico proposto.